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POEMA
OS FILHOS DO MEDO
( Willy e Monica . . . , todas as crianças boazinhas do Planeta )
( V )
Até aos meus cinco anos . . . ,
a perna teria que ser minha
para ir a outros lugares
aqueles que eu mais escolhesse !
E ainda ,
que os meus olhos , em liberdade ,
decidissem para onde olhar , . . .
e as maõs
aquilo que tocar .
Depois desses cinco ,
que , então , dividissem comigo ,
a parte do bom tempo
das artes e das lêtras
da ciência e da " consciência " ,
desde que deixassem o meu corpo . . .
em funcionamento ( !!! ) ,
a bem da precária razão de eu poder existir .
E se eu não me mexer
também não vou comer
( não preciso ! ) . . .
E se me dão comida na boca ,
totalmente desnecessária ,
eu vomito para dentro do meu cérebro (! ) . . .
Para fora . . . ?
Para fora é impossível :
Logo notarim a minha doença ,
depressão precoce ,
que se instalaria nos meus tempos arrombados !
Apesar de tudo ,
e de todas falsas alegrias ,
em cada caminho trancado ,
se construirá uma angústia
para contrariar o meu prémio :
usar a minha própria vida bio - física !
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