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POEMA
Os Filhos do Medo
( Willy e Mónica . . . , todas as crianças boazinhas do Planeta )
( I )
É proibido viver . . .
. . . e não arriscar ( ! )
O medo te cruxificará .
. . .A bicicleta já tem os pneus murchos !
A Rua deserta
fica dentro de uma prisão ( ! ) ,
com o leito saturado de espinhos :
passar por ela ( ! ) ,
te furará . . .
Tem muito " frio " . . .
Tem muito " vento " . . .
Quem os sentir " morrerá ( ! )
Qual utopia ! ! !
Fim da felicidade
( que mal se esboçou ! )
Ou fio de navalha . . .
navalha na carne !
Os meninos
com pensamentos de terror ,
da " morte " e da " tragédia "
se impotencializam a cada " flash " . . .
As " velhas " aritméticas os esterilizam
e os seus corpos se definham
por falta de uso . . . ,
qual transtorno . . . !
Tal qual suicídio
" consentido " .
As corridas ,
o sol
e a vida ,
o futebol
e o ténis ,
o risco , a aventura e as flores ,
as borboletas e o porvir . . .
ficam trancados
com mil chaves perversas
em um cofre neurótico , hermético , . . . !
Café Nicola - Du Bocage
Rossio
Mário Figueiredo
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